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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Oração, intercessão e ação por *todos os homens

Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador. "Paulo a Timóteo".

Recentemente fui criticado, ainda que de maneira indireta, pelo fato de mencionar em um post, fora do blog, a importância do voto consciente - e gostaria de deixar aqui uma pequena reflexão, talvez seja útil - e com certeza, embasada em exemplos bíblicos.

Você já ouviu falar em Elias?

Elias foi um dos maiores profetas do passado e viveu por volta do século IX, durante o reinado de Acab em Israel. Elias defendia com unhas e dentes o culto somente ao Senhor Criador dos céus e da terra, e era totalmente contra a idolatria. Foi ele quem ressuscitou mortos, fez cair fogo dos céus, profetizou uma grande seca no primeiro livro dos Reis, e que, através dele também Deus não deixou passar fome a viúva de Sarepta.

Quando Elias alerta Acab acerca de uma grande seca que viria, e que nem mesmo orvalho cairia, porque ele e sua esposa faziam o mau aos olhos do Senhor, Deus ordena a Elias que fuja de Israel. Nessa época Elias é alimentado por corvos, e depois, recebido pela viúva. Após mais de três anos, obedecendo a ordem de Deus, Elias retorna para Israel para falar com Acab, porém, este não está nada satisfeito e alega que Elias é um perturbador em Israel, ao mesmo tempo em que Elias o acusa de permitir o culto a falsos deuses.

É no meio desse confronto que Elias propõe um desafio direto dos poderes de Baal contra o poder do Deus vivo e verdadeiro, o seu Deus. Aí começa aquela história dos 450 profetas de Baal unidos com mais 400 de Aserá, contra um único profeta de Deus, Elias (a história está registrada em 1 Reis). Após Deus mostrar o seu poder através de Elias, e consumir todo o holocausto que estava sobre a madeira, Elias aproveita-se da situação e ordena a morte de todos os profetas ali presentes e ora pelo fim da seca e da fome.

Porém, sabendo do que havia acontecendo, a mulher de Acab (Jezabel) fica enfurecida e ameaça matar Elias, que foge para Bersabéia, no reino de Judá. E é justamente nessa fuga pelo deserto, sem comida, sem companhia de nenhum outro profeta de Deus, que Elias chega a desejar a própria morte e pede que Deus o mate. Nesse meio tempo, esconde-se numa caverna a procura de abrigo e começar a acreditar que era o único profeta restante, e numa conversa com Deus quando é questionado o que fazia ali, ele dar uma resposta indireta, deixando a entender que o trabalho que o Senhor havia começado séculos antes não havia levado a lugar algum, e que seus próprios esforços haviam sido em vão. Elias estava desesperançado, e com razão! É quando Deus o surpreende com mais 7 mil profetas!

Bem mais tarde, ele subiria aos céus num redemoinho, a história é longa. Mas, o que Elias tem a ver com a nossa cidadania? Como disse no início, ele viveu por volta de uns 9 séculos antes de Cristo, tudo era totalmente diferente de como é hoje, inclusive o trato de Deus com os homens. No contexto do Novo Testamento, tanto Jesus como João Batista foram comparados a Elias, o que deixa ainda mais evidente a importância desse grande profeta.

Acontece que tem muita gente querendo ser Elias, querendo fazer cair fogo do céus, assim como desejaram Tiago e João, discípulos de Cristo, simplesmente porque uma aldeia de samaritanos não os receberam, e o que Jesus os respondeu? Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las (Lucas). É muito fácil desejar que Deus destrua todos aqueles que não nos recebem, ou que pensam diferente de nós, o que não é simples, é seguir o exemplo de Cristo, Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!

Ainda há quem queira imitar Elias, isolando-se de tudo e de todos, trancando-se numa caverna, e achando ser o único que serve ao Senhor, e mais do que foi feito: achando que tudo aquilo que pertence ao mundo deve ser rejeitado, desprezado, ou mesmo ignorado. Vamos ter bom senso, e vamos admitir que para sermos cristãos não precisamos deixar de querer aprender só porque o ensino pertence ao sistema das coisas humanas; agora porque sou cristão, devo ser totalmente alienado às coisas terrestres (preso em uma caverna), e não desejar fazer uma faculdade, porque é do mundo, não desejar ter uma profissão, porque é do mundo; não desejar saber o que acontece ao meu redor, com a sociedade, seja na saúde, nos transportes, habitação... afinal de contas todas essas coisas pertencem ao mundo.


Por que Deus é bom, e Jesus Cristo é o meu único Senhor e salvador devo ser alienígena referente aos assuntos terrestres? Por que confio em Deus devo deixar de estudar? Por que confio em Cristo não preciso mais exercer uma profissão secular? As coisa mudaram, e hoje não é como foi há 29 séculos atrás, mudaram e muito.

No livro de João, na oração que Jesus faz pelos seus discípulos Ele afirma: Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Tempo depois, no mesmo livro de João, quando questionado acerca de sua origem e ao ouvir sobre a autoridade de Pilatos da boca do próprio, Jesus afirma: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado.

O nosso papel enquanto cristãos, deve ser exercido aqui na terra, embora não pertençamos a ela. Devemos aprender a separar as coisas, ou estaremos condicionados a ter uma vida medíocre e de total alienação ao que acontece ao nosso redor. Jesus sabia muito bem que existem sim autoridades terrenas, mas Ele também sabia que essas autoridades recebem o ofício somente com o aval de Deus (permissão), nenhum poder elas teriam se de cima não fosse dado. É bom lembrarmos que toda autoridade civil que exerça um importante papel, seja no nosso Estado ou em nosso país, sempre terá das duas uma missão: a boa autoridade representa a misericórdia de Deus para com os homens, enquanto Cristo não volta; a má autoridade é o despejo da ira de Deus (juízo) sobre o povo onde ela governa.

E isso é evidente, e está confirmado em Provérbios: Quando os impiedosos se elevam, os homens andam se escondendo, mas quando perecem, os justos se multiplicam. E em Salmos: Poderá um trono corrupto estar em aliança contigo? Um trono que faz injustiças em nome da lei? Eles planejam contra a vida dos justos e condenam os inocentes à morte. E em Deuteronômio: Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus.

Por favor, não vamos nos omitir em relação as barbárie que nos cerca só por que somos cristãos, quem sabe fazer o bem e não o faz também peca; não vamos fechar nossos olhos para a realidade só por que Deus tudo ver, não precisamos ser cegos para sermos cristãos; não vamos fazer pouco caso de como o ser humano é tratado, só por que não podemos dar jeito na situação, ou por que somos tão santos (separados), que não podemos tocar em nada que vá comprometer o nosso conforto, a nossa mordomia de super crente. Somos chamados a ser diferentes, mas não burros, ser reflexo da glória e da sabedoria divina, e não livro fechado e empoeirado.

Abramos os nossos olhos, e que possamos fazer o mínimo, para que haja diferença nesse mundo cheio de maldades, é assim que somos sal, sendo responsáveis e fazendo a diferença seja onde for, em casa, no trabalho, no colégio ou na sociedade. Afinal de contas, se o sal perder o gosto, para que ele serve?



terça-feira, 13 de maio de 2014

Rompido com o Sistema


“Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade”. Carta aos Hebreus

A espera, a expectativa, a saudade de um lugar que só existe dentro de nosso mais profundo sentimento ideológico, habitando o âmago de nossa esperança humana.

Muitos que vieram antes de mim tinham dentro de si essas mesmas ambições perante a existência. Todos eles, contudo, morreram na fé, sem ter recebido essas promessas!

Havia um contato visual, uma perspectiva que alimentava sua fé em torno daquelas possibilidades, porém, para eles, chegou um tempo em que entenderam que se tratavam de alienígenas com aspirações altaneiras num mundo rasteiro.

Tanto eles, quanto eu, que atendemos pela chama de filhos de Deus, possuímos uma nacionalidade intrínseca, ocultada por características exteriores. Por fora, somos pessoas normais, mas por dentro, existem marcas e anseios que nos alçam a um status diferenciado.

Somos estrangeiros, peregrinos, não nascemos aqui e não pertencemos a este mundo!

Este mundo é uma criação de homens, é um capricho de deuses caídos, inspirados e alimentados pelas culturas de ambições trapaceiras, por paixões carnais, que deturpam e intoxicam o verdadeiro amor e pela arrogância de mortais que imaginam ser mais do que realmente são.

Algo tocou meu interior e me fez lembrar que não pertenço a este mundo! Não falo do mundo geográfico, físico, mas do cosmos como ele se desenvolveu sob o cetro iníquo dos seres humanos. O Cristo veio pra cá, instalando-se como um vírus do bem no sistema de coisas de pecado e o fez, como se lê, para “resgatar o que havia se perdido”.

No espírito, fui tocado de forma especial e passei a reconstruir a partir daquele novo instante, chamado de “novo nascimento”, a nacionalidade esquecida. Me tornei parte integrante do “Israel de Deus”, pela ressurreição, pela vida que se sobrepõe à outrora inexorável morte.

Mas não são todos que se dão conta disto, então, muitos ficam vagando por esta existência como zumbis espirituais, adormecidos para a vida genuína, avivados apenas para os movimentos peristálticos do cosmos. Amam o dinheiro, a sensualidade pervertida, a corrupção e se conformam com as coisas, dizendo: “é assim que elas são”.

Eu desejo algo melhor, mais alto, mais inspirador! Fico feliz por ter sido chamado para fazer arte, para cantar, compor, escrever, abstrair… Porque, desta realidade implacável que vivo nesta terra maldita, nada desejo, senão o Bem que é possível extrair de cada pessoa e situação.

Quero o amor e a consideração, o perdão e a reconciliação, a tolerância e o respeito as diferenças, quero os sentimentos puros e altaneiros, quero o celeste, não o terrenal, quero a vida, não essa morte travestida de existência, a qual, sem oferecer saída, escraviza e com uma faca no pescoço de cada pessoa declara não haver outra alternativa.

Rompi com isto, com o mundo, com o sistema de coisas, me joguei nos braços da arte e reneguei todas as cadeias que o sistema enviou para me prender, sejam elas políticas, ideológicas, sociais, religiosas…


De prisão, já me basta a alcatraz do corpo, do qual aprendi a fugir com a arte, dando vazão à emoção, às virtudes e à expressão do amor e do qual deixei de ser refém, no dia em que meu Mestre destruiu o último aguilhão de seu cárcere.

Em Deus tenho uma cidade nova, uma nova terra, uma Jerusalém que posso frequentar por um novo e vivo caminho, que se anda em espírito e em verdade.

"As opiniões ditas pelos colunistas são de inteira e única responsabilidade dos mesmos, as mesmas não representam a opinião do Gospel+ e demais colaboradores."

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Sawabona! Que Igreja já aprendeu isso?

SAWABONA!!! - QUE IGREJA JÁ APRENDEU ISSO?...

Há uma "tribo" africana que tem um costume muito bonito.

Quando alguém faz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centro da aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer ao homem todas as coisas boas que ele já fez.

A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom. Cada um de nós desejando segurança, amor, paz, felicidade. Mas às vezes, na busca dessas coisas, as pessoas cometem erros.

A comunidade enxerga aqueles erros como um grito de socorro.

Eles se unem então para erguê-lo, para reconectá-lo com sua verdadeira natureza, para lembrá-lo quem ele realmente é, até que ele se lembre totalmente da verdade da qual ele tinha se desconectado temporariamente: "Eu sou bom".

Sawabona Shikoba!

SAWABONA, é um cumprimento usado na África do Sul e quer dizer:

"Eu te respeito, eu te valorizo. Você é importante pra mim"

Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA, que é:

"Então, eu existo pra você"

Agora me diga:

Que "igreja" que você conhece tem o poder moral e de caráter para dizer qualquer coisa a este povo?

"Em verdade eu vos digo que muitos... do norte, sul, leste e oeste... se levantarão no juízo e julgarão os que se chamam de filhos do reino".

Fonte: http://caiofabio.net

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ladainhas e lengalengas do carrossel gospel


De vez em quando pinta algum irmão falando sobre aqueles assuntos padronizados e batidos. Aqueles que mais se parecem com um carrossel de pensamentos, onde as coisas sempre voltam para nós, de tempo em tempo, como uma ladainha.

Aliás, você sabe o que é uma ladainha?

A ladainha é uma reza litúrgica cheia de repetições, perguntas e respostas, aquelas orações que mais comumente vemos nas igrejas católicas, onde o padre fala algumas frases monotonais e o povo em uníssono responde algo como “Rogai por nós” e “Amém”.

As ladainhas foram instituídas para ensinar o povo, um método de fixação doutrinária e sua prática se tornou altamente popular tendo em vista seu caráter místico e o aparente poder de conduzir as pessoas a estados de quietude, resignação e arrependimento contrito. Quase um mantra!

Mas as ladainhas gospel da atualidade não têm esse caráter espiritual, pelo contrário, elas são quase sempre ligadas a fundamentalismos teológicos, sofismas carregados de aparente espiritualidade, decência e justiça, mas que não passam de mentiras muito bem contadas.

Entre as ladainhas gospel figura o tema da cobertura espiritual. Por mais que se debata sobre esse assunto, ele nunca chega ao fim e parece nunca haver modos de se haver consenso entre as partes pensantes. Uns dizem: “querido, você não pode andar sozinho neste mundo tenebroso, pois Satanás anda ao redor, procurando alguma peça solta do jogo para tragar…”, ou “você sabe que uma brasa isolada, longe das demais, se apaga logo…” “bi bi bi e bó bó bó”.

Dias desses escrevi que Jesus teria dito: “não chamem ninguém de mestre, nem de líder ou de pai”. Muitos não concordam comigo; até consigo entender que não concordem, mas foi o Jesus da Bíblia quem disse isso, então… sei lá!

Paulo também deixou registrado “diz que todo homem que ora ou profetiza tendo a cabeça coberta, desonra a própria cabeça”. Se for pra fazer um ‘revelamento livre’ sobre este texto, eu o faria da seguinte maneira: Quem diz que tem alguma pessoa como cobertura espiritual sobre si, está desonrando a própria cabeça, ou o Cabeça de todo Corpo, Jesus!

Mas a ladainha não se limita a esse assunto. Tem a doutrina do dízimo que, se você não dá, fica sujeito à ação de gafanhotos, o migrador, o devorador e o destruidor. Esses seres mitológicos, tais como criaturas bizarras são enviadas pelas forças tenebrosas para assolar a vida financeira de crentes infiéis, como um instrumento de tortura que Deus estabeleceu para surrar aqueles que não pagam suas taxas mensais.

Jesus, que pai cruel!

Outra? “Irmão o pecado poderá gerar uma brecha em sua vida, uma legalidade por onde o diabo irá entrar e criar uma fortaleza dentro de você, aprisionando-o com amarras espirituais”. Bem daí, danou-se total, né?!

Quanto mais gospelizados ficamos, mais nos aprofundamos em conhecimentos que ao invés de nos libertar, nos tornam ainda mais amedrontados e reprimidos.

Não duvido da existência de ‘situações de risco’ para os crentes, mas uma coisa que não sai da minha cabeça são as palavras do Senhor, dizendo que fomos chamados à liberdade, que é fruto do conhecimento da Verdade. Daí, sou rebatido com outro clichê muito utilizado pela turma do deixa disso que é o “você pode fazer tudo, amado, mas nem tudo convêm”.

Acredito na absoluta e definitiva ação da Palavra de Deus sobre nossas vidas, no entanto, não acredito na absoluta e definitiva uniformidade dessa Palavra. Não consigo mais cair nessas conversas sem base sólida firme que, de tanto serem repetidas, acabaram se tornando em verdades irrestritas no imaginário dos crentes.

Goebbels, marketeiro de Hitler, teria dito que “uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”. Sofismas rimados, repetidos, cantarolados, declamados, como cantigas de roda e lengalengas não colam mais pra mim. Quando ouço ligo stand by da mesma forma que faço quando uma vendedora automatizada de empresa de telefonia ou cartão de crédito me liga, tentando me convencer com seu discurso decorado a adquirir um produto.

Minha sugestão é que cada pessoa deve pensar por si, fazendo sua própria avaliação da Bíblia, conferindo sempre com outras pessoas, debatendo, aprendendo e ensinando, pois sabemos que nada na Escritura está resumido à particular interpretação.

Entre escolher ficar com os achismos dos outros e o seu, qual você escolheria? Eu prefiro sempre os meus, pois entendo que Deus fala comigo também – a não ser que seja cabalmente convencido pela lógica de outros (o que acontece corriqueiramente).


Por: Rafael Reparador

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Deixem o povo ir

Esses dias, uma jovem colocou a seguinte frase no Facebook: “não preciso ir ao templo para me encontrar com o Altíssimo”. Como bem sabemos a Rede tem sido um meio interessante e importante de debates e discussão de idéias para todo tipo de assunto e no lance religião cristã, esse lance ferve.
Acho lindo o fato da moça, tão jovem e criada no contexto eclesial desde sua infância, estar chegando às suas próprias conclusões.
Pra mim, pessoalmente, pouco importa a opinião de alguém ser igual a minha, tampouco convencê-la de algo que acredito. No entanto, esta não parece ser a realidade de um monte de gente, pastores, guias, obreiros, que parecem pouco se importar com a terrível inversão de valores que significa defender seus próprios institutos humanos em detrimento da palavra da graça e da liberdade, o Evangelho.
Para expor um pedaço de meu pensamento sobre o tema, me baseei neste versículo abaixo (teria mais um monte, mas não vou fazer deste espaço um tratado teológico apologético doutrinário, mas somente um texto de reflexão).
“Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará” – palavras de Jesus, segundo João.
Temos que ir onde o Senhor está! O Senhor que se manifesta por seu Espírito, que está na terra, não em montanhas sagradas, nem em templos construídos pelas mãos de homens, mas nos corações dos verdadeiros adoradores.
Ora, isto é a Verdade que liberta. Versículos opressores, que ordenam ir daqui pra ali, fornecendo receitas do certo e do errado formam a mais perfeita máquina de doutrinação e domesticação de mentes: a religião!
Surpreende-me o fato de que hoje alguns jovens estejam pensando, refletindo e concluindo por si só o Deus Pai, Filho e Espírito, em sua soberania e controle sobre o cosmos, estando espalhado sobre toda terra e accessível a todo homem.
Instituições humanas, hierarquias, construções – simples ou suntuosas – visões arquitetadas por cegos condutores de outros cegos não passam de estratégias anticristo.
Anti, no sentido de ‘ao invés de’, que acaba sendo o mesmo que anti, no sentido de contra.
Quando a Igreja se torna uma alternativa a Cristo, e sinto em dizer: ‘se tornou’, então, então ela é também anticristo.
Deixe as pessoas tomarem suas decisões, cada qual segundo sua experiência de vida.  Por que, afinal, todos deveriam tomar rumos idênticos? Não é Deus multiforme em sua manifestação e sabedoria?
O pensamento de muitos que hoje são chamados ‘rebeldes’ pode estar correto! Talvez o herege de hoje, seja o convencional de amanhã. Quem sabe?
De fato ninguém precisa ir a um templo para se encontrar com o Altíssimo e todos os que conhecem um pouquinho da bíblia sabem disso.
Aliás, nem é preciso conhecer a bíblia, pois o espiritual se encontra com Deus nos sonhos da noite, nas orações mentais caminhando pela rua, lavando a louça, ouvindo música… E a sua fé vem pelo ouvir! Se não fosse assim, o que seria de nós sem a bíblia cristã?
Vejo que os que defendem a fundamental necessidade de estar congregado no templo (doutrina herdada do ordenamento católico da eucaristia, que foi criada para fazer os cristãos tomar diretamente das mãos do sacerdote o corpo e o sangue de Cristo) estão limitados em sua espiritualidade individual, sendo vítimas de um mediador humano. Ou seja, estão na dependência de um anticristo (um caminho, uma pessoa, um local alternativo ao próprio Cristo).
As exortações que contrariam os pensamentos dos que buscam caminhos diferentes ao dessa igreja corrupta e apóstata ora vigente não passam de tentativas humanas de perpetuar o exercício do domínio (anticristos).
Moisés falou pra faraó: “Assim diz o SENHOR: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. E se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei…”
Deus quer seu povo no deserto? Deixem-nos ir ao deserto! Não sejam como faraó, que representa todo sistema hierárquico e dominador, o qual impede as ovelhas de Cristo de passar por suas experiências e chegar por si próprias às conclusões devidas.
Deixe as pessoas viver em liberdade, deixem-nas viver por fé, deixe que aprendam, que ouçam, que orem, que busquem! Deixem o povo ir…
Pastor, músico, compositor, poeta, jornalista, produtor musical, blogueiro, twitteiro, facebookeiro, observador da igreja dos últimos dias à serviço de Cristo.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Igualdade Fraternal - O legado abandonado pela igreja


Todo pastor precisa de um modelo administrativo para gerir sua igreja! Para isto, recorre-se á visão equivocada de Deus como sendo um Rei, no sentido de autoridade máxima, com a oportuna presença de figuras estratégica e hierarquicamente distribuídas, como fruto de uma perspectiva humana de organização.
Deus foi chamado de Rei para que fosse formada a compreensão que o conceberia como alguém que estava no topo da cadeia da autoridade.
O resultado disso é que imaginamos o céu como um palácio e Deus assentado em seu trono (alto e sublime) acima das nuvens. É como foi formada a ideia naquele momento, a qual, acredito, Jesus tenha vindo para transformar.
Entendo que todos desejam uma organização, um sistema onde tudo possa ser administrado, a fim de que haja ordem e crescimento.
Esse conceito de ordem é uma herança grega, me parece (corrijam se eu estiver errado). Digo isto baseado na etimologia da palavra “cosmos” que foi traduzida para “mundo”, na língua portuguesa. Cosmos se refere ao ‘mundo’ como um sistema organizado e harmonioso. Alguns dicionários dizem que Pitágoras foi o primeiro a utilizar esse termo, no sentido relacionado com a beleza, sendo que a palavra ‘cosmético’ – arrumar e enfeitar com adornos – deriva de cosmos.
Ou seja, cosmos/mundo, da forma como foi incutida em nossas mentes é o sinônimo de um “belo e bem organizado sistema”.
Em contrapartida, a visão de Reino não é comum aos gregos, que tinham uma ligação maior com a democracia, exercida através de representantes do povo, num modelo político semelhante ao que se pratica hoje no Brasil.
Misturando os dois conceitos, o da paixão dos gregos pela organização e a monarquia absolutista de um governo teocrático, criou-se então um blend ideológico de Reino de Deus bastante confuso e não cristão.
Em minha compreensão, o Reino de Deus está ligado a uma dimensão espiritual, a um estado de coisas holístico e não a um sistema humano. No mundo moderno, existem diversos sistemas para governar e manter a ordem de grupos e nações. Em todos eles, praticamente, existe a incidência da hierarquia!
Hierarquia, segundo o Aurélio, é a “ordem e subordinação dos poderes, categorias, patentes e dignidades: a hierarquia eclesiástica. / Qualquer classificação que tenha como base as relações entre superiores e dependentes. / Qualquer classificação por ordem: hierarquia de valores”.
Numa hierarquia há maiores e menores, há caciques e índios, chefes e subalternos, há os que mandam e os que obedecem. Profetizando, portanto, digo que a hierarquização é um crime contra a vida de Deus na Igreja. Por quê?
Porque no Reino pregado e proclamado pelo Cristo não “há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre” (Colossenses); “nem macho, nem fêmea” (Gálatas); “não há acepção de pessoas” (Romanos) e “se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado” (Tiago);pois no Reino implantado por Jesus na terra, todos tinham tudo em comum” (Atos).
Ou seja, eram todos iguais!
O maior legado cristão deixado ao sistema deste mundo é a igualdade fraternal. A igreja, a comunidade (onde todos têm tudo em comum), não estão submetidos aos sistemas deste mundo, sejam eles quais forem. Não somos comunistas, socialistas, capitalistas… não temos um regime autoritário, nem pseudo-democrático, nem possuímos um parlamento, um senado… somos irmãos, somos uma família.
É o que diz Paulo aos Efésios, somos “a família de Deus”! Jesus quando nos ensina a orar, começa sua oração chamando Deus de Pai, não de Senhor, como se fôssemos seus escravos, nem de Rei, como se fôssemos seus súditos, mas de Pai, porque somos seus filhos.
“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos).
Acredito que essa utopia que ora prego é o fruto verdadeiro da revelação do Reino de Deus que deve iluminar o interior de cada filho e filha em Cristo. O contrário disso é religião, paganização da verdade, des-organização da vida original em favor de formação de clero (hierarquia).
Sei que muitos de nós têm passado por profundas crises de credibilidade acerca da comunidade e da koinonia. É fato que a igreja está em crise de identidade e precisa se reformar. Pra mim, no entanto, para que uma ampla reforma seja iniciada, o primeiro passo a ser dado é a proclamação do fim do clero e a volta à fraternidade; o fim do título e a volta ao serviço.
Sugiro o retorno á família e o fim dos impérios religiosos!
Fonte: Gospel+